Fez ontem um ano que "te" ouvi chamar o meu nome pela última vez, seguiram-se três dias em que a luta para não nos deixares não foi vencida.
Pensei muito se haveria ou não de escrever estas palavras, mas pode ser que seja verdade que o melhor para a cura da saudade seja falar dela...
Todos os dias lhe recordo os traços e revejo-a no rosto de “outras Avós”. Consigo lembrar-me onde lhe ficava cada ruga, da suavidade das suas mãos e como soava a sua voz quando chamava o meu nome. O meu instinto ainda me faz procurá-la em locais por onde costumava andar.
Há pessoas que pensamos ser imortais e quando passamos pela primeira perda o mundo passa a girar de outra maneira...mais rápido, como se a vida fosse uma permanente contagem decrescente.
Vivemos o dia a dia tão "cegos" e atarefados que não temos a verdadeira consciência que um dia tudo acaba... Se pensássemos nisso mais vezes a vida seria melhor aproveitada, evitariam-se muitos conflitos e brigas mesquinhas e daríamos mais valor a cada dia, mesmo que esse fosse cinzento e chuvoso.
Aprende-se a viver com a saudade e aos tropeções com memórias que insistem em nos acompanhar.
Bons Encontros!
2 comentários:
Já o podia ter lido mas quis o destino que hoje fosse o dia certo para o fazer. Estava realmente a necessitar que a tua escrita a mim desse o equilíbrio e a tranquilidade necessária para ultrapassar os dias cinzentos, dando-me a certeza de que o rumo a seguir é o de gozar o dia-a-dia como se esse fosse o último dia da nossa vida. Não podemos desperdiçar o nosso tempo com desculpas, mas sim com agradecimentos. Fica bem….
é a vida... ou melhor a morte, o sabor amargo na boca dos actos e palavras por dizer o arrancar de parte do coração que fica ferido com a perda!
Miguel... o nome que eu adorava ouvir sair da sua voz trepida mas altiva de quem queria marcar (e marcou) a sua forte presença!
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