terça-feira, 23 de outubro de 2007

Paula Rego em Madrid

Ainda não sei bem como aconteceu, mas quando dei por mim estava à porta do Museu Reina Sofia para ver a Retrospectiva da obra de Paula Rego .

Voltar a Madrid, foi um desejo que ficou de há 8 anos, quando regressava a Portugal no Lusitânia Expresso com a sensação que tinha deixado algo naquela cidade para mais tarde recolher.

Em Madrid respira-se Arte, admiro principalmente a arquitectura onde nada parece ter sido deixado ao acaso... as ruas têm vida própria, cada monumento tem um pormenor e depois claro, os Museus...

Que melhor pretexto tinha para voltar senão este: Paula Rego em Madrid! Dois sonhos que se complementam. Claro que o fim-de-semana foi curto para tudo o que havia para ver, mas
valeu a pena!
A Exposição é surpreendente, nunca pensei que os quadros fossem tão grandes!! Cada sala em que entrava cortava-me a respiração... ver ao
vivo todas aquelas obras que há já alguns anos fazem parte do meu grupo de favoritos.

Admiro principalmente o mistério que envolve cada obra, a força das expressões de cada personagem e ao mesmo tempo a delicadeza dos pormenores.
Depois e já que ali estávamos, não podíamos ir embora sem ver a Guernica do Picasso e algumas obras do Dali e do Miró.

Sobrou-nos poucas horas, onde tentamos ver o máximo possível da Cidade, mas já com o cansaço a fazer frente a energia extenuante dos “Nostros Hermanos”.
Resta-me agradecer aos dois resistentes que me acompanharam e que espero que tenham gostado tanto quanto eu.

Bons Encontros!

sábado, 6 de outubro de 2007

Saudade

Fez ontem um ano que "te" ouvi chamar o meu nome pela última vez, seguiram-se três dias em que a luta para não nos deixares não foi vencida.

Pensei muito se haveria ou não de escrever estas palavras, mas pode ser que seja verdade que o melhor para a cura da saudade seja falar dela...

Todos os dias lhe recordo os traços e revejo-a no rosto de “outras Avós”. Consigo lembrar-me onde lhe ficava cada ruga, da suavidade das suas mãos e como soava a sua voz quando chamava o meu nome. O meu instinto ainda me faz procurá-la em locais por onde costumava andar.

Há pessoas que pensamos ser imortais e quando passamos pela primeira perda o mundo passa a girar de outra maneira...mais rápido, como se a vida fosse uma permanente contagem decrescente.
Vivemos o dia a dia tão "cegos" e atarefados que não temos a verdadeira consciência que um dia tudo acaba... Se pensássemos nisso mais vezes a vida seria melhor aproveitada, evitariam-se muitos conflitos e brigas mesquinhas e daríamos mais valor a cada dia, mesmo que esse fosse cinzento e chuvoso.

Aprende-se a viver com a saudade e aos tropeções com memórias que insistem em nos acompanhar.

Bons Encontros!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Outono

Depois das férias vem sempre este período de inércia em que o corpo não responde ao cérebro e andamos alheios ao mundo que nos rodeia.
O facto é que já me anda a aborrecer este estado de “molenguice” e embalada pelo espírito do Outono que já se faz sentir, lá me decidi em por os pincéis a trabalhar… (neste caso, a espátula)!


Sim, o Outono inspira-me... confesso que já tinha saudades deste cheirinho a terra molhada, de sentir as folhas das árvores estalar debaixo dos pés e daquele cheiro que os fins de tarde nesta altura do ano costumam ter, um cheiro inexplicável que defini como misto de lenha e musgo.
Depois, o Outono tem este poder de me transmitir calma e bem estar, desperta-me os sentidos e faz-me dar valor aos pequenos detalhes da natureza. Talvez por isso, chamei "Outono" ao meu mais recente "Acrílico", algo diferente do que costumo pintar... não me atrevo a chamar-lhe um abstracto mas... é algo "não tão certinho".

Fica a promessa de o mostrar quando estiver pronto, porque agora não é mais do que um "borrão" entre tons verdes e castanhos.
Bom Outono!
Bons Encontros!