terça-feira, 26 de junho de 2007

Mano "Velho"

Hoje trago memórias e também um agradecimento muito especial…

Fomos crianças felizes, os sorrisos não deixam mentir.

Vivemos a nossa infância nos anos 80, quando ainda não era imprescindível ter de frequentar o infantário, era o irmão mais velho que olhava pelo mais novo.

São oito anos e meio que nos separam, o suficiente para fazer com que o meu irmão assumi-se certas responsabilidades que hoje são impensáveis para uma criança com menos de doze, treze anos.

Vestia-me, penteava-me, e cortava o meu cabelo (com muito jeitinho) quando eu, sem saber muito bem como, lhe colava pastilhas elásticas!

Quando eu não queria comer, fazia "cara feia" e usava as mais variadas técnicas até o prato estar quase vazio.
Foi para junto dele que tentei fugir, quando a professora chamou o meu nome no primeiro dia de aulas.
Foi com ele que visitei o primeiro museu, fiz as primeiras bolas de sabão e juntos acompanhámos o crescer de um pé de feijão.
Foi ele que me alertou para os malefícios do tabaco e ensinou-me o que era a camada de ozono.

Claro que a nossa diferença de idades também nos trouxe algumas “birras”. Ele era já um homem quando eu entrava na “idade parva” da adolescência, altura em que tínhamos muitas divergências. Mas mesmo assim, foi na sua cama que quis dormir quando a "Tropa" nos separou pela primeira vez e lembro-me de nessa noite, adormecer a pensar em como sentia a sua falta.

Agora, quase 30 anos depois de eu ter entrado na sua vida, penso muitas vezes que se não fosse o meu irmão, eu seria uma pessoa completamente diferente e que nunca vou conseguir compensá-lo por tudo o que lhe devo.

Bons Encontros!

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Pintar o Alentejo

Não sou Alentejana, nem por lá perto passaram os meus antepassados. Não posso dizer que tenho uma "Alma Alentejana" mas, toda aquela imensidão de planície transmite-me calma e bem estar.

É sem dúvida uma grande fonte de inspiração!

Quantas vezes, quando atravesso as planícies alentejanas me apetece parar o carro e pintar.

Há dois momentos que me deslumbram: O Pôr do Sol numa tarde de Verão, quando o ar quente se transforma numa brisa suave que nos bate no rosto e ver os campos verdejantes e floridos numa manhã de Primavera.

Como tal o Alentejo tem sido muitas vezes por mim representado, das mais diversas formas e situações.

Bons Encontros!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Ria de Ouro e Prata

"Chegava a hora dourada, desde a Ria ao Canavial tudo se cobria de tons dourados!
O meu corpo ainda salgado repousa agora neste pequeno terraço ainda de lajes quentes por onde apetece andar de pés descalços.
A invadir este paraíso, onde aqui e ali se ouvem trinados de pássaros, o metralhar de um comboio a grande velocidade, que quem sabe leva a outros paraísos desconhecidos.
Ao longe as Ilhas esperam para receber a luminosidade do farol que se ergue imponente lá ao fundo.
A noite não tarda em cair, e então tudo isto fica ainda mais calmo, a lua e as estrelas iluminam a Ria, deixando-a com cores de prata e aqui perto, nas ruínas do moinho da maré, ouvem-se aves nocturnas que nos embalam o espírito e a alma."
Ria Formosa 2001
Bons Encontros!

terça-feira, 19 de junho de 2007

Obrigado!

Hoje venho só agradecer, a todos os que vieram espreitar a minha "Caixa de Papel@o".
Uma semana depois de ter iniciado este blog, só posso fazer um balanço positivo. Sinceramente não esperava tantas visitas e comentários . Comentários esses, que vieram dar-me ânimo para continuar, não só com o blog mas também com os meus lápis e pincéis.

A todos aqueles que "já me são fiéis" e também aos que vieram "só de passagem", o meu Obrigado!

Bons Encontros!

segunda-feira, 18 de junho de 2007

"Bora" lá pintar as paredes!!

Posso dizer que tive o privilégio de realizar o sonho de quase todas as crianças... afinal, quem nunca desejou "pintar as paredes"? Há mesmo quem tenha chegado a fazer um risquinho pequenino só para sentir a sensação do proibido, para não falar dos mais corajosos que chegaram mesmo ao acto consumado!

Pintei estas paredes sob o olhar curioso das crianças. Sentindo-me uma espécie de heroína enquanto exclamavam de espanto, ao verem nascer das paredes brancas, personagens que tão bem conheciam.

Não vou negar que no início tive algum receio "daquelas paredes", mas os meus "amiguinhos coloridos" lá foram surgindo por entre as minhas mãos!

Bons Encontros!

domingo, 17 de junho de 2007

Pinceladas com História

Muitas vezes, quando olhamos para um quadro, não pensamos nas histórias que eles podem testemunhar.

Todos os quadros têm histórias, umas mais marcantes que outras.

Pintei a "Arrábida", para retribuir a caixa de aguarelas que um amigo me oferecera.
Não sabia bem o que pintar... Mas, estando ele nos dias que corriam de regresso ao Algarve, resolvi dar-lhe uma recordação deste “canto”.

A Obra ficou pronta, mas quis o destino que este quadro contasse uma outra história... é que o meu “amigo” não regressou ao Algarve e a “Arrábida” serve hoje de decoração a uma das paredes da Nossa Casa!

Bons Encontros!

sábado, 16 de junho de 2007

Roupa ao Sol

O Mundo que nos rodeia está cheio de fontes de inspiração: o Mar, o Por do Sol, uma Planície Alentejana, o rosto de uma Criança enfim... basta estar atento!

As coisas mais vulgares podem despertar os sentidos e daí surgir uma aguarela ou um desenho a carvão... não sei muito bem como explicar o que me atrai ao ver Roupa Estendida ao Sol.


Acho que vem das minhas recordações da infância, de quando brincava no quintal da minha avó e a via estender a roupa que ali ficava, suspensa no ar com a ajuda de uma vara.


Há momentos e imagens que por qualquer razão desconhecida se gravam na memória e nos perseguem por toda a vida... assim como o Quintal da minha Avó que cheirava a flor de laranjeira e eu...escondida entre a roupa, que secava ao Sol.
Bons Encontros!

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Fintar a Pulsação

Hoje dentro da caixa de papelão encontrei algo diferente…
Outro tipo de arte, mas para esta infelizmente não sou muito dotada, só mesmo apreciadora.

Música… outro tipo de terapia. Há musicas que nos acalmam outras que nos estimulam e outras que nos fazem sonhar!

Esta é daquelas que nos faz levantar a cabeça e acreditar que somos invenciveis!

boomp3.com

FINTAR A PULSAÇÃO (Susana Félix)

"É dia de arriscar
De fintar a pulsação
Mesmo se eu tropeçar
E fizer um arranhão

Eu vou andar tão certa
De que o medo é o papão
Franzindo o meu sobrolho
A qualquer um, em qualquer direcção

Hoje eu sou a dona da razão
Ai de quem me diga que não
Que eu sou capaz de nem pestanejar

É tempo de ser forte
Atar os ténis com dois nós
Abraçar o vento norte
Sorrir a quem se ri de nós

Se nem sequer é noite
As sombras não vão lá estar
Eu vou cerrar os dentes
Que hoje é dia de arriscar

Hoje eu sou a dona da razão
Ai de quem me diga que não
Que eu sou capaz de nem pestanejar
E se algum dos maus me aparecer
Se me apanharem a correr
Eu sou capaz
De nem pestanejar"


Bons Encontros!

quinta-feira, 14 de junho de 2007

"A Lareira"

Para além dos “bonecos”, também gosto de pintar paisagens/ locais. Mas quando o faço costumo recordar as palavras de um professor de desenho: «Não devemos competir com uma fotografia, a Verdadeira Arte está em pintarmos o que vemos de modo diferente e não em fazer uma cópia fotográfica…»
Confesso, que em parte até concordo com ele mas a realidade, é que ás vezes sinto necessidade de passar o que vejo para o papel ou para a tela. Não só pela imagem em si, mas porque me recordam momentos, gentes e até mesmo cheiros!
É como se essa imagem passasse a ser uma parte de mim.

Esta "Lareira", algures num monte perto de Mértola, recorda-me um fim-de-semana longe do “carrocel” da cidade, em que a boa disposição da “Ti Leonilde” se misturava com o cheiro a bolos deixados pelo padeiro naquela manhã de Novembro.

Bons Encontros!

quarta-feira, 13 de junho de 2007

"A Família!"

Já não me recordo muito bem de onde surgiu a ideia de desenhar esta "Família”. Sei que o fiz para uma exposição colectiva de artesanato que se realizou na Quinta do Conde há cerca de 3 anos.

Mais uma entre outras em que já participei, sem grande sucesso de vendas mas de grande motivação pessoal. E é isso que me leva a não desistir… a não guardar as aguarelas e a caixa de lápis de cor.
Pois, não se vive da arte a nível financeiro mas a arte alimenta o espírito e a mente!

Ás vezes dou comigo a sorrir para o papel e a fazer as “caretas” das expressões que quero dar aos “meus bonecos”.

Sim… é mesmo uma terapia!

Deixo-os com “ A Família”.


Bons Encontros!

terça-feira, 12 de junho de 2007

Caixas de Papelão

Podem ser grandes, pequenas, quadradas, redondas, ás riscas, forradas a tecido ou com papel bonito. Podem ter as mais variadas formas e feitios mas uma coisa é certa…Existe sempre alguma curiosidade quando abrimos uma caixa de papelão!

É um pouco como se de um baú de memórias se tratasse… lá dentro podemos encontrar de tudo um pouco: Fotos, cartas, postais, aquela boneca de trapos da nossa infância, a colecção de moedas do avô enfim… pedaços de nós!

No fundo, o que pretendo com este Blog é abrir um pouco as minhas “caixas de papelão”. Lá dentro entre outras coisas, está também o meu Portefólio de ilustrações ainda um pouco jovem mas que espero vir a amadurecer!


Bons Encontros!